Tecorep, o sistema moderno de demolição que faz os prédios encolherem no Japão


Tecorep, o sistema que faz os prédios encolherem no Japão

Sem poeira, sem ruído, sem bagunça e sem danos ao meio ambiente. Veja como funciona a tecnologia Tecorep, o inovador sistema de demolição do Japão.

Uma nova tecnologia de ponta e ecológica chamada de “Sistema Tecorep” foi introduzida nos últimos anos para demolir arranha-céus no Japão. Sistemas avançados de demolição para arranha-céus oferecem segurança, economia de energia e proteção ambiental.

Como podemos perceber atualmente, arranha-céus estão sendo construídos um após o outro em todo o mundo, como se os países estivessem competindo entre si pela altura dos edifícios, e com isso novos sistemas de construção também estão sendo introduzidos.

No entanto, o trabalho de demolição geralmente ainda é conduzido da maneira antiquada, onde os edifícios são esmagados com máquinas pesadas de cima para baixo, os destroços jogados no chão com guindastes ou às vezes até mesmo despedaçados com dinamite.

Prédios que encolhem

Os métodos de demolição avançados que o Japão desenvolveu são seguros, eficientes e até mesmo visualmente bonitos. Um dos novos métodos de demolição foi usado para demolir um prédio de 40 andares localizado perto de Akasaka, um distrito de entretenimento de Tóquio.

O edifício Grand Prince Hotel Akasaka era uma estrutura de concreto armado de aço de 140 metros de altura. Foi usado como um hotel que abriu em 1983 e fechou em março de 2011 quando iniciou-se o processo de demolição para dar lugar a um novo empreendimento, o Tokyo Garden Terrace. E em fevereiro de 2013, o edifício havia encolhido 30 metros.


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O sistema denominado “Sistema de Reprodução Ecológica de Taisei” (Tecorep), foi desenvolvido pela Taisei.corp, uma grande empreiteira japonesa. Sob o sistema convencional, um edifício é destruído de cima para baixo com a parte superior sem telhado aberta.

O Sistema Tecorep, no entanto, mantém o edifício como um espaço fechado, mantendo a cobertura do último andar como cobertura. A circunferência externa do último andar é coberta com painéis à prova de som para que o ruído e a poeira possam ser minimizados.

A cobertura do último andar é sustentada por 15 colunas provisórias, cada uma com 20 metros de altura, colocadas sobre vigas gigantes, dois andares abaixo. No espaço fechado, os componentes do edifício, como colunas de aço, vigas e pisos são desmontados.

Cada vez que os dois andares mais altos são desmontados, os macacos incorporados às colunas são abaixados, e o edifício fica dois andares abaixo como um todo. Visto de fora, não há como saber se o prédio está sendo demolido. Na verdade, no sistema Tecorep, o prédio parece estar encolhendo gradualmente, tornando-se um misterioso sistema de demolição.

Edifícios que geram energia

Conheça o sistema de demolição tecnológico do Japão

O Sistema Tecorep leva em consideração a conservação de energia e a proteção do meio ambiente, gerando energia durante as demolições para uso no local.

Este moderno método japonês de demolição é considerado pioneiro no mundo. A energia é gerada por um motor que funciona com a energia criada quando os componentes desmontados do edifício são baixados por um guindaste através de um orifício feito em cada andar.

A eletricidade produzida é armazenada em uma bateria, capaz de gerar cerca de 100 quilowatts de eletricidade por hora, quando um lote de cinco toneladas é baixado da altura de 100 metros.

É semelhante, em princípio, à conversão elétrica da energia gerada pela aplicação dos freios de um trem ou de um carro por exemplo, ou baixando um contêiner de mercadorias em um porto. A eletricidade gerada é utilizada para iluminação do local e outras finalidades.

Além disso, sob o novo método, o trabalho temporário para blindar um edifício pode ser minimizado, com os materiais de blindagem necessários reduzidos em mais de 50%. Outra característica é que durante o trabalho de desmontagem em ambiente fechado, ocorre a diminução do ruído em 17-23 dB ou mais, em comparação com os métodos convencionais.

Outro fato interessante é que a poeira do trabalho de demolição convencional costumava atingir um raio de 200-300 metros, mas o novo método de desmontagem pode reduzir a poeira em até 90%. Quando desmontado com o uso de cortadores e outros equipamentos que fazem menos ruído do que máquinas pesadas, a poeira e o ruído podem ser reduzidos ainda mais.

Método de demolição à prova de terremoto

Ao contrário do Sistema Tecorep que desmonta edifícios de cima para baixo, outro processo de demolição, apelidado de “Método de Corte e Desmontagem Kajima”, foi desenvolvido no Japão para quebrar edifícios de baixo para cima pela primeira vez no mundo. Segundo este método, a forma de um edifício pode ser mantida praticamente intacta durante a demolição.

O método está chamando muita atenção do mundo inteiro porque todo o trabalho de desmontagem é realizado no solo, resultando não apenas na redução de ruído e poeira, mas também melhorando drasticamente a taxa de reciclagem de materiais desmontados.

O método foi desenvolvido desde a década de 1990 por outro grande empreiteiro japonês que demoliu com sucesso um edifício alto de 108 metros e 24 andares usando o sistema.

As colunas de um piso foram encurtadas em 80 cm, uma a uma, começando pelo piso inferior, e cada coluna encurtada foi apoiada por um macaco de 1.500 toneladas. Através desse sistema, todas as colunas foram gradualmente cortadas, através do método “cut-and-down”.

Um macaco de 1.500 toneladas usado no “método cut-and-down”. (Foto cortesia da Kajima Corp.)

Depois que todas as colunas de um andar foram removidas e substituídas por macacos, todo o edifício foi rebaixado em um andar. Este inovador método de demolição também permitiu que a redução do tempo de demolição passasse de nove meses para seis meses e meio.

O método também apresenta um alto nível de resistência a terremotos. Paredes grossas de concreto armado de até três andares, são construídas no interior de um prédio desmontado em cada fase da obra, evitando que sejam afetadas por tremores e ventos fortes.

De acordo com o método de desmantelamento Kajima, o centro de controle de demolição é conectado ao Sistema de Detecção e Alarme Urgente de Terremoto por meio de um cabo de fibra ótica, controlando a carga do prédio e mantendo a capacidade anti-terremoto.

Para reduzir o ruído, está sendo testado o dispositivo Active Noise Control (ANC), que emite ondas sônicas com cancelamento de ruído de comprimentos de onda antifásicos.

Além disso, todos os materiais desmantelados do prédio foram segregados em grupos dentro do complexo, resultando em uma melhoria de 90% no índice de reciclagem.

O Japão tem cerca de 800 edifícios com mais de 100 metros de altura. Cerca de 150 deles têm mais de 20 anos de idade e alguns deles provavelmente serão demolidos em breve por motivos como tetos baixos, suscetibilidade a terremotos ou por motivos de reconstrução.

As construtoras estão focadas tanto no desenvolvimento tecnológico para demolição quanto na construção e manutenção. Embora desenvolvida para atender às necessidades do próprio país, é bem provável que esta tecnologia japonesa seja exportada para o mundo também.

Fonte: web-japan.org

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