10 Curiosidades Sobre As Mães Japonesas


mães japonesas

10 Curiosidades Sobre As Mães Japonesas

Cada cultura tem sua própria visão em relação à maternidade. No Japão por exemplo, as mães tem um papel crucial na educação de seus filhos, enquanto que a figura paterna pode estar ausente na maioria das famílias em razão da extensa carga horária de trabalho.

Por esta razão, a maior parte da responsabilidade em relação aos filhos compete à elas. Que tal conhecer algumas curiosidades sobre a questão da maternidade no Japão e sobre as mães japonesas?

1. A média para se ter filhos no Japão é por volta dos 30 anos

De acordo com o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão, a idade média para se ter filhos no Japão atualmente é por volta dos 30 anos. A razão para isso são os casamentos que ocorrem cada vez mais tarde. O número de mulheres que dão à luz após os 35 anos ou mais tem aumentado também.

2. A média de filhos no Japão é de 1,39

As mulheres japonesas têm atualmente a média de 1,39 filhos, bem abaixo dos 2,1 que os demógrafos consideram como o número necessário para manter a população estável. Essa diminuição nas taxas de natalidade vem ocorrendo há 3 décadas e pelo o que se observa esse quadro não será revertido tão cedo.

Até porque tem aumentado o número de mulheres em idade reprodutiva que não chegam a se casar e não desejam ter filhos. Outra razão seria a facilidade de se fazer aborto no Japão, uma alternativa encontrada por muitas mulheres solteiras que engravidam e não querem assumir a maternidade sozinhas.

Como incentivo para aumentar as taxas de natalidade, o governo japonês oferece uma ajuda financeira chamada “Shussan Ikuji Ichijikin”, no valor de 420 mil ienes para ajudar nas despesas do parto e do bebê. No entanto, para receber essa ajuda, a mãe deve estar inscrita no Hoken (Seguro Saúde).

3. No Japão são 10 meses de gestação

No Japão, o tempo contabilizado para a gestação é de 10 meses, pois o tempo é contato à partir da fecundação. Shoki ninshin se refere aos primeiros quatro meses, o Chuuki ninshin se refere ao segundo trimestre (quinto ao sétimo mês) e o Ninshin kouki se refere ao terceiro trimestre (oitavo ao décimo mês).

Por volta do 5° mês de gravidez, a futura mamãe visita um santuário para pedir aos deuses para que tenha um bom parto e que o bebê venha ao mundo com saúde e segurança. Essa tradição é chamada de Chakutai no Iwai.

4. Os partos normais e sem anestesia

Parto cesariana não é algo comum de se ver no Japão, exceto em casos em que a mamãe e/ou bebê esteja correndo riscos de vida.

Além disso, estima-se que a anestesia peridural (analgesia) seja utilizada em menos de 10% das pacientes. No Japão, a maioria dos médicos recomenda que o parto seja realizado da forma mais natural possível.

O mais impressionante é a tolerância à dor da maioria das mulheres japonesas ao dar à luz.

Raramente você verá uma delas gritando de dor na hora do trabalho de parto, mesmo que o parto seja normal e sem anestesia.

5. As mães japonesas não amamentam em público

No Japão, não costumamos ver mães amamentando em público, pois o costume é que este ato de amor merece o máximo de discrição possível. Em lojas de departamentos e demais espaços públicos, existem “salas de amamentação” separadas para que elas possam amamentar tranquilamente.

6. Ter uma babá é algo raro no Japão

No Japão, ter uma babá é bastante incomum, exceto no caso de algumas famílias muito ricas. No geral, são as próprias mães que cuidam de seus filhos e por isso costumamos ver as mães andando pra cima e pra baixo com um ou mais filhos a tiracolo ou nas mamachari (bicicletas com cadeirinhas).

A participação das mamães também de seus filhos na comunidade onde moram, incluindo a limpeza mensal do bairro e do templo budista local, é muito importante para que os filhos sejam bem aceitos na vizinhança.

7. Após o primeiro filho, muitas deixam de trabalhar fora

Apesar deste fato estar mudando ao longo do tempo em razão do quadro econômico do país, mais de 50% das mulheres japonesas deixam o emprego definitivamente após ter o primeiro filho. Na maioria das vezes, isso é feito voluntariamente, mas em outros casos é por imposição da sociedade.

Existe uma pressão muito grande para que as mães se comprometam com a criação dos filhos. Muitas mulheres são demitidas e se resolverem voltar ao trabalho, tem que se contentar com um cargo inferior ao que estava. Esse fato tem contribuído para o casamento e maternidade tardia de hoje em dia.

8. A preparação das marmitas para os filhos

Um bento simples pode significar que foi preparado com desleixo e por isso, as mães japonesas costumam preparar os bentôs para seus filhos com bastante esmero e criatividade. Por isso frequentemente nos deparamos na internet com fotos de bentos super criativos preparados por essas mamães.

Além disso, elas também tem a preocupação que seus rebentos tenham uma alimentação saudável, com porções adequadas de vegetais, carboidratos e proteínas. Para dar conta do recado, a maioria das mães costumam acordar uma hora e meia mais cedo para dar tempo de preparar tudo à tempo.

9. Obcecadas pelo sucesso acadêmico dos filhos

No Japão, muitas mamães relatam que a sua realização pessoal está ligada às conquistas educacionais de seus filhos e por isso, se esforçam bastante em ajudá-los nos estudos. Geralmente, as mães japonesas são muito participativas nas escolas, em eventos de música, gincanas, entre outras atividades.

Mas existem mães que são excessivamente obcecadas com o rendimento escolar de seus filhos e são chamadas de “Kyoiku mama”. Essas mães acompanham seus filhos nas aulas, conhece todos os professores e fazem de tudo para que os filhos consigam ir bem nos exames de admissão nas escolas.

10. Mães solteiras no Japão

Em 2003, o número de mães solteiras no Japão atingiu 1,22 milhões em 2003. A maioria delas provinham de viuvez ou divórcio e menos de 2% dos nascimentos ocorrem fora do casamento. Normalmente, as mulheres solteiras no Japão enfrentam muitas dificuldades econômicas para criar seus filhos.

Muitas delas enfrentam dificuldades em obter ajuda financeira do pai da criança após a separação. Por isso, mesmo nos dias de hoje, existe uma certa relutância em pedir o divórcio por medo de passarem dificuldades financeiras. Existe uma ajuda financeira do governo japonês chamada Jido Fuyou Teate.

Essa ajuda é destinada às mães solteiras, viúvas ou divorciadas cuja renda seja insuficiente para arcar com as despesas mensais. O valor é depositado à cada 4 meses e o valor varia entre 9.780 e 41.430 ienes/ao mês. Se tiver dois filhos, há um acréscimo de 5 mil ienes e acima de três filhos há um acréscimo de 3 mil ienes. Para maiores informações sobre o assunto, acesse este link.

7 Comentários

  1. Elisa

    Adoro o site de vocês! Entro todo dia para ler curiosidades do Japão! Vocês estão de parabéns!
    Uma pergunta sobre a matéria acima: aqui no Brasil existem leis que obrigam os pais a pagarem a pensão dos filhos em caso de divórcio, no Japão existe algo assim?

  2. Samantha

    Aqui a lei só obriga o pai a pagar, mas ela é tão insignificante que o pai ri da situação e não paga. As japonesas devem continuar a investir no seu lado profissional e pagar uma baba para cuidar do filho, tanto ela quanto o marido. Se caso ocorrer de haver algum divórcio (o que hoje é tão comum a separação), pelo menos a mãe terá condições de sustentar seu filho sem ter que ficar se humilhando em um casamento que vai mal ou ter que esperar pelo sustento do ex-marido.

  3. Japão em Foco

    Oi Elisa!
    Acredito que essa sua dúvida é compartilhada por muitas mães solteiras que vivem no Japão. Para sanar sua dúvida, vou deixar um link de um vídeo de uma advogada no Japão à respeito desse assunto: É obrigatório pagar pensão alimentícia no Japão?. Se tiver um tempinho, dê uma olhadinha e entre em contato com ela, caso ainda tenha ainda dúvidas. Um abraço!

  4. Mariane Taques

    Que lindo concordo plenamente crianças precisam de nós de afeto e ternura … isso do bento simples eu me cobro mesmo sendo brasileira, parece que a forma de servir o alimento ao meu filho é uma forma de amor adorei saber isso me senti compreendida, gostaria de ter nascido no Japão!!! Lindos!!! Cultura exemplar!

  5. Akemi

    Eu acho que as japonesas estão mais que certas em abandonar a ideia de ter filhos, estao sendo espertas!
    1° – O mercado de trabalho machista praticamente obriga a virar dona de casa.
    2° – Pelo visto os médicos não se preocupam que a mulher tenha alívio da dor agonia ao parir, isso deveria ser uma das prioridades! (No meu nascimento a enfermeira pressionou a barriga da minha mãe para que saísse logo, isso com certeza machucou, eles não ligam pra saúde das mães).
    3° – Benefício do governo é muito baixo e se estão desesperados mesmo com essa diminuição da população deveriam aumentar os benefícios e vantagens sociais das mulheres com filhos.
    Fora isso, vai se extinguir logo, e não será culpa das mulheres. ?

    Outra coisa, eu queria saber como funciona a adoção de crianças órfãs no Japão, me disseram uma vez que mesmo “adotando” a criança não fica completamente na guarda dos pais adotivos. Queria saber se é verdade ??

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