Wabi Sabi – A Arte da Imperfeição


Atitude zen - Wabi Sabi

Wabi-Sabi – A Arte da Imperfeição – Momento Zen

Já ouviu falar do conceito Wabi Sabi (わびさび)? O Wabi-sabi tem origem no Zen Budismo e está relacionado à imperfeição, um conceito totalmente contrário ao que geralmente buscamos em nossa vida. Na realidade, trata-se de uma filosofia onde aprendemos a ver a beleza mesmo nas coisas imperfeitas, impermanentes e incompletas.

Podemos notar a essência do Wabi Sabi em várias artes japonesas como Ikebana (arranjo floral), os jardins zen japoneses, bonsai, cerâmica japonesa e cerimônia do chá. Wabi Sabi é uma expressão exclusivamente japonesa, e não possui uma tradução concreta em português e nem em nenhuma outra língua no mundo.

Wabi Sabi

O Wabi Sabi significa aceitar a imperfeição, a assimetria, a irregularidade e a modéstia como atributos de beleza. É conseguir ver a beleza em tudo, até nas coisas mais insignificantes da vida, mesmo que estas estejam repletas de falhas e rachaduras. Em uma tradução livre, podemos dizer que “wabi” é a simplicidade, a elegância e o rústico e o “sabi” significa a beleza da idade, do desgaste e das rugas do tempo.

É uma beleza escondida bem na frente de nossos olhos e que damos pouco valor. Uma estética de simplicidade que se revela somente quando desapegamos das modernidades a que estamos envolvidos. Wabi Sabi reside nos detalhes discretos e esquecidos e é preciso ter muita humildade e sensibilidade para capta-lo.

Conceito Wabi Sabi

Kinkakuji e Ginkakuji – Qual é o mais belo?

Um bom exemplo do conceito wabi sabi são os templos Kinkakuji (Pavilhão Dourado) e Ginkakuji (Pavilhão Prateado), construídos pelo neto do Shogun Ashikaga Yoshimitsu. Kinkakuji se caracteriza por ser todo folheado a ouro e o mesmo destino teria o Ginkakuji, que seria todo folheado de prata

Porém uma guerra civil arruinou esses planos e o templo continua a ser uma obra inacabada. Para os adeptos da filosofia wabi sabi, o Ginkakuji tornou-se um exemplo clássico dessa filosofia justamente por esse motivo, ao contrário do Kinkakuji, que não adere a este conceito por ser belo e perfeito demais.

kinkakuji (Pavilhão Dourado) e Ginkakuji (Pavilhão Prateado)
Este conceito surgiu nas cerimônias do chá (Chanoyu) onde o “menos” significa “mais”. Praticar o “wabi sabi” não é uma tarefa fácil nos dias de hoje, afinal vivemos em um mundo altamente capitalista, materialista, onde a competitividade paira sobre nós e onde existe uma pressão para que busquemos sempre a perfeição.

Mas é importante, às vezes darmos uma pausa em nossas vidas e observarmos a beleza mesmo nas coisas mais simples, mas que são valiosas para nós!

É aprendermos a aceitarmos a nós mesmos, mesmo com as nossas falhas, imperfeições e fragilidades. Todas as pessoas tem defeitos e a imperfeição faz parte do nosso ser, da nossa alma…

Podemos dizer que o conceito de Wabi Sabi está em aprender a valorizar mais a natureza, o lado espiritual e os sentimentos que nos cercam.

E pra isso, é necessário ver o o mundo com uma ótica diferente, com paz de espírito e com desapego a coisas materiais. É um exercício diário, mas que com certeza vale muito a pena… 😉

E você? Como você definiria o conceito Wabi Sabi? De que maneiras poderia usar esta filosofia em sua vida? Deixe sua opinião!

Assista ao vídeo abaixo:

http://youtu.be/s1XumRu9GJs
Link do vídeo (YouTube)

19 Comentários

  1. Carlos Luiz

    Como sempre os japoneses tem muito a nos ensinar.
    VALEU!!!

  2. Rodrigo

    Achei miuto interessante essa filosofia, ela vê o mundo de uma maneira diferente da que muitos vêem.
    Adotá-la parece exigir mente aberta, pruncipalmente por ir contra o fluxo de muitos padrões da sociedade atual, que vêem a perfeição como beleza absoluta.

  3. Douglas Bezerra

    É legal para podermos perceber que mesmo que coisas não saim como esperamos podemos aproveitar e aceitar isso, valorizando aquilo que já possuímos.
    Abraços!

  4. Japão em Foco

    Oi pessoal!
    Obrigada pelos comentários!!!
    É legal aprendermos estes conceitos e tentarmos aplicar em nossas vidas.
    Abraços!

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  8. Rafael Santi

    Não conhecia e me interessei.. Bom artigo, parabéns.

  9. Heraldo

    Espíritos milenares…

  10. osvaldo koga

    😀

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  13. cristina

    Aprendemos amar nao quando encontramos a pessoa perfeita, mas quando conseguimos ver de maneira perfeita uma pessoa imperfeita. Com enorme prazer recomendo o livro O amor Wabi Sabi, verdadeiramente util acerca de um assunto cuja importancia e intemporal: como criar e alimentar uma relacao amorosa duradoura. Briliante!

  14. Lucimar Cerqueira

    Uma expressão nova que designa algo que já estava começando a aparecer em minha prática diária. Diminuí a frequência de comprar coisas novas, como roupas, utensílios para casa, e passei a olhar mais para o que já possuo. E dentre essas coisas o que realmente é útil para mim? Então faz algum tempo comecei um movimento de verificar o que é útil, e doar ou descartar aquilo que não uso mais. Mas a partir desse conceito meu olhar se renova sobre o que pode ser outra vez perfeito para hoje.

    Gratidão pelo compartilhamento

  15. Osana

    Não é à toa que a cultura japonesa é milenar; o tempo vai apurando os sentidos e nos ensinando verdadeiramente a enxergar a beleza que existe por trás de cada ser vivo, coisa ou pessoa; a sermos mais complacentes conosco; mais generosos; mais empáticos; a viver a vida com mais simplicidade, sem perder nenhum detalhe, afinal, a beleza está nos olhos de quem vê.

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  19. Eu conheci a expressão pela 1ª vez Wabi quando um Samurai de Hyogo expressou seus sentimentos ao contemplar uma de minhas obras com “SHIBUMI WABI SABIi” que me foi traduzida como Naturalmente Bela. onde SHIBUMI se referiu a Essêncai da Beleza , “Uma espécie rara de perfeitção, e Wabi Sabi – Natural
    Agradeço à contribuição apra nos ajudar no entendimento. Domo Arigato Gozaimasu MInnasan Gambatte Matane

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