10 projetos que mostram a abordagem inovadora do arquiteto Kengo Kuma


Kengo Kuma - V&A Dundee, Escócia

A arquitetura diferenciada de Kengo Kuma é baseada em materiais sustentáveis ​​com designs inovadores e em grande parte, relacionada à tradição japonesa.

O arquiteto japonês Kengo Kuma de 68 anos de idade, nasceu em Yokohama e se formou na Universidade de Tóquio. Ele criou projetos significativos e diferenciados em vários países do mundo, incluindo o Estádio Nacional do Japão e o V&A Dundee, na Escócia.

Um dos objetivos de Kuma é de recuperar a tradição dos edifícios japoneses e reinterpretar essas tradições para o século XXI. Também é considerado o pioneiro na sustentabilidade na arquitetura, transformando materiais locais tradicionais em uma nova abordagem visual e tátil.

Usando 500 ilustrações, incluindo fotografias, planos e esboços, o livro ‘Kuma: Complete Works 1988-Today’ cobre a carreira do arquiteto desde os primeiros projetos, incluindo o ‘Stone Museum’, em Nasu, até projetos recentes como o ‘The Exchange de Sydney’, na Austrália.

De acordo com o historiador de arquitetura Philip Jodidio, o trabalho diferenciado de Kuma muitas vezes baseado em materiais sustentáveis ​​com designs inovadores e relacionados à tradição japonesa, possibilitou a criação do livro, que faz parte da série XXL da editora Taschen.

Eu escrevi as monografias Taschen sobre Tadao Ando e Shigeru Ban também – para esses grandes livros, também é necessário que um arquiteto tenha um corpo de trabalho substancial e interessante e esse também é o caso de Kuma.” diz Philip Jodidio, editor do livro.

Jodidio acredita que as ideias e a criatividade de Kuma em relação à arquitetura o diferenciam de outros conhecidos arquitetos japoneses. “Kengo Kuma fala sobre ‘aprender a viver com menos’ ser um tema recorrente no seu trabalho e isso é um pouco contra a cultura predominante, pelo menos no que diz respeito a importantes arquitetos internacionais“, disse ele.

O editor espera que o livro, que analisa 41 dos projetos de Kuma detalhadamente, dê aos leitores e amantes de arquitetura, uma maior compreensão de seu trabalho, muitas vezes, menos apreciado que outros trabalhos de arquitetos japoneses, como Shigeru Ban e Tadao Ando.

Kuma não é tão celebrado quanto essas outras figuras, talvez porque seu estilo seja mais dependente do local do projeto e dos materiais disponíveis“, disse Jodidio.

Eu espero que o livro consiga transmitir aos leitores que Kengo Kuma é um grande arquiteto contemporâneo que pode estar apontando o caminho para o futuro.” Confira abaixo, os dez dos projetos mais significativos de Kengo Kuma, segundo Philip Jodidio.

1. GC Prostho Museum Research Center, Japan (2008-10)

Kengo Kuma - GC Prostho Museum Research Center, Japan Imagem de Maurizio Mucciola (flickr)Imagem: Maurizio Mucciola (flickr)

Uma fachada impressionante com uma grade de madeira reveste o Centro de Pesquisa do Museu GC Prostho localizada na cidade de Kasugai, província de Aichi. Foi inspirada no chidori – um brinquedo tradicional japonês que é montado com palitos de madeira.

À noite, a luz escapa pelas ripas de madeira, tornando o edifício de 10 metros de altura parecido com uma lanterna. Este design também integra o interior e seus espaços expositivos.

2. Daiwa Ubiquitous Computing Research Building, Japão (2010-2014)

Kengo Kuma - Daiwa Ubiquitous Computing Research Building, Japan Imagem de Guilhem Vellut (Flickr)Imagem: Guilhem Vellut (Flickr)

Tiras de madeira revestiam a fachada deste edifício, que Kuma projetou para as instalações do setor de computação localizado na Universidade de Tóquio.

As camadas, feitas de madeira de cedro, conferem ao exterior uma sensação orgânica que contrasta com os temas de alta tecnologia aqui estudados. Painéis em escala de materiais naturais ondulam suavemente para formar uma fachada suave e orgânica.

3. Folk Art Museum, China (2009-2015)

Kengo Kuma - Folk Art Museum, Hangzhou, China Imagem de Eichi KanoImagem: Eichi Kano

Kuma projetou as novas galerias da Academia de Artes da China como uma “aldeia extensa”. O local inclinado, uma antiga plantação de chá, agora abriga o Museu de Arte Popular, que apresenta muitos telhados pequenos que criam uma linha de telhado em ziguezague.

Estes são cobertos por telhas antigas de casas locais. Ao longo da fachada envidraçada do museu, foi amarrado um fio de aço inoxidável que prende telhas extras em um padrão decorativo.

4. Under One Roof EPFL Artlab, Suíça (2013-2016)

Kengo Kuma - Under One Roof EPFL Artlab, Switzerland Imagem de Michel DenancéImagem: Michel Denancé

Feito de madeira, aço e pedra, o edifício Under One Roof EPFL Artlab abriga um pavilhão de arte e ciência, uma galeria de tecnologia e informação e o Montreux Jazz Cafe.

Projetado para o Instituto Politécnico Federal Suíço de Lausanne, o edifício consiste em três caixas sob um telhado inclinado de 235 metros de comprimento. No projeto foi utilizado madeiras comumente encontradas na Suíça, incluindo o Pinheiro-larício.

5. Coeda House, Japão (2017)

Kengo Kuma - Coeda House (acaoforest.jp)Imagem: acaoforest.jp

Coeda House, construída em 2017, é uma cafeteria localizada na Península de Izu, provincia de Shizuoka, no Japão, próximo ao mar aberto. Sua forma de árvore foi projetada empilhando tábuas de cipreste do Alasca, criando um edifício sem colunas periféricas.

O café foi reforçado com hastes de fibra de carbono e apresenta um teto de grade e paredes de vidro que permite aos clientes, apreciar a vista panorâmica do mar à sua frente.

6. Yusuhara Community Library, Japão (2018)

Kengo Kuma - Yusuhara Community Library (kumonoue-libImagem: kumonoue-lib.jp

Esta biblioteca comunitária está localizada na província de Kochi. Foi feita de cedro e aço de origem local e tem uma superfície ondulada em vez de um piso plano.

A madeira foi usada com liberdade em todo o interior do edifício, onde detalhes lúdicos, como o piso em rede, criam um espaço acolhedor para visitantes de todas as gerações.

7. Shipyard 1862, China (2018)

Kengo Kuma - Shipyard 1862 (kkaa.co.j)Imagem: kkaa.co.jp

Este projeto localizado em Xangai, na China, envolveu a renovação de um estaleiro de tijolos de 1972 que havia sido usado para construção naval.

A renovação incluiu a construção de um teatro e uma área de entretenimento repleta de lojas e restaurantes. A malha de aço inoxidável foi amarrada no exterior e decorada com tijolos que criam um padrão de sombras em constante mudança dentro do edifício.

https://www.youtube.com/watch?v=9HHtTFxbQU0

8. V&A Dundee, Escócia (2010-18)

KENGO KUMA - DUNDEE , Escócia Imagem: Depositphotos

V&A Dundee é o primeiro museu de design na Escócia e o primeiro Victoria and Albert Museum fora de Londres. É também o primeiro edifício no Reino Unido desenhado por Kengo Kuma. Foi inaugurado em 2018 e está localizado perto do rio Tay em Dundee, na Escócia.

Este projeto inclui dois edifícios angulares, que representam penhascos, revestidos em painéis horizontais de concreto que se conectam para formar o museu, no qual abriga galerias permanentes de design escocês, bem como espaços de exposições temporárias.

“A grande ideia do projeto de V&A Dundee foi de unir natureza e arquitetura, para criar uma espécie de nova sala de estar para a cidade”, disse Kuma sobre o projeto.

9.The Exchange, Austrália (2019)

Kengo Kuma - V&A Dundee, EscóciaImagem: Martin Mischkulnig

Segundo Kuma, este projeto “se assemelha a um fio enrolado em um carretel”. Localizado em Sydney, na Austrália, o edifício recebeu deliberadamente uma “forma arquitetônica não direcional” para que possa ser acessível e reconhecível de todas as direções.

O centro cívico de seis andares que tem um design curvilíneo e fluido foi o primeiro edifício concluído de Kuma na Austrália. O edifício tem uma fachada totalmente envidraçada no térreo, enquanto uma tela de madeira envolve seu exterior para criar uma forma de ninho.

10. Estádio Nacional do Japão, Japão (2016-19)

Estádio Nacional do JapãoImagem: photo-ac.com

A peça central das Olimpíadas de Tóquio 2020, o Estádio Nacional do Japão de Kuma acomoda 68.000 pessoas. Possui beirais revestidos de painéis de cedro inspirados na arquitetura tradicional japonesa e se encaixando perfeitamente na floresta Meiji Jingu aos arredores.

As cerimônias de abertura e encerramento foram realizadas no estádio, que tem a forma de um grande oval. Foi utilizado concreto armado e aço para a estrutura principal, abrigada por uma estrutura de cobertura feita de aço com treliças de lariço laminado e cedro. A madeira utilizada na construção foi oriunda de todas as 47 províncias do Japão como forma de unir todo o país.

O projeto se caracteriza por aproveitar o fluxo de ar natural para o resfriamento em dias quentes, sendo um grande exemplo de como usar designs e materiais mais sustentáveis.

Fonte: dezeen.com
Imagem do topo: The Exchange, Austrália, por Martin Mischkulnig

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