Japão constrói a primeira estação de trem do mundo impressa em 3D

Japão constrói a primeira estação de trem do mundo impressa em 3D

Uma nova era para a infraestrutura ferroviária ganha vida no Japão: a primeira estação construída com uma impressora 3D foi erguida em apenas uma semana.

Num recanto tranquilo do Japão, algo inovador tomou forma: a primeira estação ferroviária do mundo construída inteiramente com tecnologia de impressão 3D. A estrutura inovadora, localizada na cidade de Arida, na província de Wakayama, é fruto de uma colaboração entre a Serendix Corporation e a JR West (Companhia Ferroviária do Oeste do Japão).

A Estação Hatsushima (初島駅) foi concluída em apenas sete dias e tornou-se um marco na forma como a infraestrutura ferroviária pode ser planejada, construída e implantada.

A estação substituiu uma antiga estrutura de madeira, em uso há aproximadamente 75 anos. A nova edificação tem cerca de 10 metros quadrados e cerca de 2,6 metros de altura.

Ela tem o telhado curvo e um design moderno e compacto. Um relevo circular único na superfície do edifício presta homenagem à mikan, a laranja japonesa emblemática da região.

De acordo com um comunicado de imprensa da JR West divulgado em março, os componentes foram fabricados fora do local, impressos em 3D utilizando uma argamassa especial e, em seguida, reforçados com estrutura de aço e preenchimento de concreto.

Sua resistência equivale à de construções convencionais de concreto armado. Os componentes foram transportadas em quatro caminhões até a estação para montagem.

O processo de montagem foi realizado no próprio local durante a madrugada, entre o último trem da noite e o primeiro da manhã, de modo a não interromper o serviço ferroviário.

A montagem em si foi feita em menos de duas horas. Se tivesse sido construído através de métodos tradicionais, levaria semanas ou meses para erguer um edifício — especialmente em trechos rurais, com limitação de janelas de tempo para obras.

Rapidez, eficiência e baixo custo

Primeira estação de trem feita com impressão 3d

A rapidez da construção foi uma das características mais notáveis ​​do projeto. Graças a uma impressora 3D com braço robótico, os componentes foram modelados com alta precisão.

A Serendix, pioneira na impressão 3D para construção, destacou que a argamassa utilizada foi especialmente formulada para garantir durabilidade, resistência sísmica e integridade estrutural compatível com exigências de infraestrutura no Japão.

Sediada em Osaka, a empresa é conhecida por suas casas impressas em 3D.

Em áreas onde mão de obra e recursos são limitados — desafios comuns em regiões rurais do Japão — a impressão 3D representa uma alternativa econômica e rápida para renovar uma infraestrutura.

Além da reconstrução ser realizada em poucas horas, com mínima interrupção do serviço, o custo da construção 3D é estimado em cerca de metade do custo de uma construção convencional equivalente.

Limitações e desafios — o que ainda precisa ser observado

Primeira estação de trem feita com impressão 3d

Apesar das grandes vantagens, há nuances importantes a considerar:

A estação é bastante pequena e simples — praticamente um abrigo funcional, e não uma grande estrutura com várias plataformas ou complexidade.

Alguns críticos levantam a questão de que o feito, embora inovador, não equivale a “construir uma estação de grande porte” do zero.

A montagem pode ser rápida, mas depende de pré-fabricação em fábrica — exigindo planejamento logístico, transporte das peças e preparo de fundação no local.

A durabilidade e manutenção a longo prazo, embora projetadas para serem compatíveis com concreto armado tradicional, precisarão ser testadas com o tempo.

O que esse projeto representa para o futuro da construção e mobilidade

A iniciativa da JR West e Serendix com a estação de Hatsushima abre precedentes com potencial de impacto global:

Infraestrutura modular e rápida: pequenos abrigos, plataformas, passarelas, estações secundárias, terminais urbanos podem ser construídos ou renovados com rapidez sem interromper serviços.

Sustentabilidade: redução de desperdício de materiais e menor tempo de obra reduzem impactos ambientais e consumo de recursos.

Acessibilidade em áreas rurais ou com pouco tráfego: regiões remotas, com população decrescente ou baixo uso de trem, podem manter serviços ferroviários com menor custo.

Flexibilidade para adaptações e expansão: módulos pré-fabricados podem ser adaptados, substituídos ou expandidos conforme necessidade, de forma mais ágil que construções convencionais.

Esse caso demonstra que tecnologias de manufatura avançada, como impressão 3D, não são mais apenas experimentos ou protótipos — começam a representar soluções práticas e concretas para desafios reais de infraestrutura.

Conclusão

A nova estação de trem Hatsushima feita com impressora 3D é mais que um “primeiro de sua espécie”: é um sinal de que a engenharia, a mobilidade e a infraestrutura urbana podem se transformar profundamente em poucas décadas.

Ao combinar velocidade, eficiência, custos reduzidos e design inteligente, esse tipo de construção mostra um caminho promissor para países do mundo todo.

Fontes: Japan Times, soranews24.com
Imagens: PR Times

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Sou apaixonada pelo Japão e sua cultura. Resolvi criar esse blog com o intuito de fazer com que mais e mais pessoas conheçam essa cultura tão rica, incrível e fascinante!

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